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domingo, 13 de junho de 2010

História dos Estádios: Capítulo I

Aproveitando o "defeso" vamos a partir de hoje dar início, aqui no blogue, a uma autêntica epopeia sobre a História dos Estádios do nosso Glorioso, o Sport Lisboa e Benfica.


Hoje deixamos o 1.º capítulo da epopeia - A Introdução.
No fundo é uma síntese ou resumo dos vários capítulos que aqui iremos postar nos próximos dias.
Esperamos que gostem e que participem. Obrigado.





Capítulo I - Introdução

A história dos campos de jogos do Benfica é uma odisseia dentro da Gloriosa história do clube. A utilização de variados espaços, ao longo do séc. XX, em diferentes lugares da cidade de Lisboa, encerra um pouco daquilo que tem sido a caminhada do Benfica rumo ao centenário. A biografia dos campos assina uma página brilhante na história do Clube, paradigmática do modo como cresceu o Benfica.

Quando o Benfica nasceu, em 28/02/1904, não possuía ainda terreno de jogos. Fundado por alguns dos melhores futebolistas Portugueses da época, mas sem grande capacidade económica, o Clube começou por utilizar os terrenos públicos das Terras do Desembargador, nas Salésias, onde já se jogava futebol desde 1892 e que era, para o efeito, no final do séc. XIX e início do séc. XX, o local mais utilizado em Lisboa. Foi neste espaço que os primeiros jogadores do Glorioso se iniciaram no "desporto-rei", numa primeira fase como espectadores e posteriormente como jogadores. Após as épocas de 1904/05 e de 1905/06, a degradação do piso, bem como a falta de condições para espectadores (bancadas) e jogadores (balneários), levou o Benfica a deixar de utilizar o terreno.

Sem conseguir obter um espaço próprio, apesar de o ter tentado com insistência, o Benfica jogou, na época de 1906/07, nos únicos campos que eram disponibilizados para a prática do futebol na região de Lisboa: em Carcavelos e na Cruz Quebrada. Na época de 1907/08, continuou a utilizar os campos existentes em Lisboa, mas, com a inauguração do campo na Quinta da Feiteira, na zona de Benfica, passou a utilizar estas instalações, ainda que, inicialmente, na condição de campo neutro. O Clube possuía, então, uma super-estrutura (equipa excelente) mas faltava-lhe a infra-estrutura (terreno próprio) que permitisse aos jogadores desenvolver a sua actividade.

No início de 1908/09, com a absorção das estruturas (campo atlético, sede e orgãos sociais) do Sport Clube de Benfica (titular da Feiteira), o excelente grupo de jogadores de Belém passava, finalmente, a possuir um campo de jogos, onde se manteve até 1910/11. Todavia, a incapacidade de pagar o arrendamento inviabilizou a continuação em Benfica, com o clube a utilizar, nas épocas seguintes, dois campos de clubes adversários: em 1911/12, o campo de Palhavã, propriedade do SC Império, e, na temporada seguinte (1912/13), o campo das Laranjeiras, propriedade do Internacional (CIF).

Finalmente, após duas temporadas, o Benfica utilizava de novo um campo próprio - Sete Rios - construído num terreno alugado, a Quinta Nova, onde esteve durante 4 temporadas (1913/14 a 1916/17), transferindo-se depois para um espaço que oferecia melhores condições, mas também porque sentia dificuldades em acompanhar (uma vez mais...) o aumento da renda. O campo localizava-se na Quinta de Marrocos, em Benfica, nas traseiras da sede, situada na Avenida Gomes Pereira. Alugou e utilizou este espaço entre 1917/18 e 1922/23, ou seja durante 6 épocas. Desta vez, foi obrigado a sair devido ao facto de o local onde se encontrava o campo ter sido requerido para construir uma rua.

Na temporada de 1923/24, havia falta de campos na cidade, com os jogos a serem disputados em apenas dois redutos: Palhavã (propriedade do Império Lisboa Clube) e Campo Grande (propriedade do Sporting). Na época de 1924/25, o Benfica voltou a ter "casa emprestada", o campo de Palhavã, que utilizou até à conclusão das obras de construção do Estádio das Amoreiras, um grande empreendimento, apenas possível graças à vontade e ao clubismo dos associados.

Do nada construiu-se um grande estádio, onde permaneceu durante 15 épocas, entre 1925/26 e 1939/40. Porém, uma vez mais por motivos de expansão urbana da cidade, o campo foi sacrificado para construir uma via de acesso ao viaduto de Monsanto (actual Duarte Pacheco).

Na época de 1940/41, utiliza como "campo próprio" três instalações, de outros clubes. Faz 1 jogo nas Salésias, propriedade do Belenenses, 5 no Lumiar-A (Unidos FC, de Lisboa) e 10 no Lumiar, onde jogava o Sporting. Isto enquanto eram preparadas as novas instalações no Campo Grande. Foi neste recinto que jogou 13 temporadas, de 1941/42 a 1953/54. Ainda antes de abandonar o Campo Grande (a estadia era precária - arrendamento das instalações à Câmara Municipal de Lisboa), gerou-se dentro do Clube a opinião de que se devia procurar um espaço amplo, onde fosse possível construir um campo privativo, o que veio a ter expressão entre Carnide e Benfica (Estádio da Luz). Foi uma campanha gloriosa, com contribuições em dinheiro, géneros (para leiloar) e trabalho, de milhares de Benfiquistas espalhados por todo o Mundo.

Em pouco mais de meio século (inauguração em 01-12-1954), o Benfica conseguiu, através dum esforço gigantesco, transformar o seu Estádio no melhor de Portugal e num dos maiores do Mundo.

A 25 de Outubro de 2003 foi inaugurado um novo estádio com capacidade máxima para 65647 espectadores. No jogo da inauguração o Benfica jogou com a equipa uruguaia do Club Nacional de Football em que venceu por 2-1, com Nuno Gomes a marcar os dois golos benfiquistas.


  

1 comentário:

David Gonçalves disse...

A nossa história comprova!, temos crença, espírito, vida própia, ALMA; Somos BENFICA!...............