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sexta-feira, 26 de outubro de 2007

O POLVO (16ª Parte)

Depois de algum tempo sem publicar a história que abala o desporto português, eis de volta mais um episódiozinho desta bela aventura à portuguesa. Aproveitem, pois agora só na próxima sexta-feira, dia 2 de Novembro é que volta a haver... Polvo!
Continuação

”(...) Reginaldo entrou na casa de banho, molhou a cara, penteou-se, esperou pelo café e só depois foi ter com GC. -Então presidente! Quer falar comigo? -Quero. As olheiras de Reginaldo não passaram despercebidas a GC, e este, desconfiado, não resistiu a perguntar: -Foi a algum lado em especial? -Tive de tratar aí de umas coisas. Olhando para a bailarina que se enroscava no pescoço de Galo da Costa, Reginaldo piscou-lhe o olho, enquanto lhe dizia: -Está na hora de te preparares para o show. A mulher entendeu perfeitamente a mensagem e, com um beijo, despediu-se de GC. Este não esteve com mais delongas e atacou no primeiro impulso: -Temos de ter atenção, porque os gajos estão a preparar o ataque final. Ninguém pode cometer erros, e atenção ao George Gomes, porque ele não é muito certo. Temos de ter cuidado com o tipo. -Mas, presidente, agora que estamos no final do campeonato, é quando isto dá mais. Como é que vamos fazer para satisfazer os nossos clientes? -Há que ter muito cuidado e fazer os negócios com mais segurança. Agora só se trabalha com um ou dois clubes, no máximo, o resto já está definido, e não podemos andar a fazer mais promessas. Segundo as informações que tenho, eles estão precisamente à espera do final do campeonato para entrarem em acção, mas ninguém sabe quem é que vai ser incomodado. Penso que ninguém nos vai tocar. Reginaldo ficou um pouco assustado e lembrou-se de George Gomes. Tinha de o avisar, mas deixou essa diligência para o dia seguinte, lamentando-se a GC: -Quem tem a culpa disto tudo são esses filhos da puta dos jornais. Andam para aí a levantar a suspeição e não nos deixam trabalhar à vontade. Se pudesse, matava-os a todos. Nem fodem nem deixam foder. Nessa noite, Reginaldo quase nem dormiu a pensar no que lhe podia acontecer. Depois de Reginaldo ter falado com George Gomes e lhe ter explicado a conversa que tivera com o presidente, avisando-o dos cuidados a ter, numa primeira reacção, este começou a tremer, assustado, mas acalmou-se quando o seu raciocínio o levou a pensar que para tocarem nele tinham de tocar em GC. -O homem tem muita força. Ninguém lhe chega. Nós estamos protegidos. Reginaldo abanou a cabeça, concordando com a sua análise, mas deixou na mesma o aviso: -Temos de ter cuidado. As coisas não estão fáceis. George Gomes tinha compromissos assumidos. Longe iam os dias em que vivia numa ilha, tinha de mijar num penico e, para necessidades mais sólidas, percorrer 50 metros e ficar em fila de espera à porta de uma retrete que servia os restantes 20 inquilinos. Já tinha largado o pesado martelo de bate-chapas, estava habituado a bons apartamentos e a passar férias no estrangeiro em bons hotéis. Necessitava de solidificar a sua pequena fortuna, porque, se a organização se desmoronasse, estes hábitos ficavam seriamente comprometidos. George Gomes não olhava a meios para atingir fins. A vigarice estava-lhe no sangue. O sentido de amizade e reconhecimento, para ele, simplesmente não existiam, e em vez dos cuidados a que fora aconselhado, começou a fazer os seu negócios vigarizando alguns dos seus melhores clientes. A acção de George Gomes chegou ao conhecimento de GC, e este não ficou nada contente com a situação. Mandou chamar Reginaldo e ordenou-lhe o despedimento da criatura: -Não o quero ver mas ao serviço do nosso clube. Esse gajo é um filho da puta de um vigarista. Não conhece ninguém, e é capaz de nos comprometer seriamente. Rua com ele! -Mas presidente... se ele dá com a língua nos dentes? -Fica sem ela! Safa-te da forma que quiseres. Foste tu que o trouxeste, agora arruma tudo com ele. Reginaldo saiu do gabinete de GC sem saber muito bem o que devia fazer, mas duma coisa tinha a certeza: o Gomes era mesmo um indivíduo sem escrúpulos. Logo que o encontrou, fez-lhe saber que o presidente o queria na rua: -Não tiveste juízo, acabou aqui a tua história. George Gomes sorriu com cinismo e disse sem mais delongas: -Vocês não julguem que se livram de mim com tanta facilidade. Se eu cair, vocês caem comigo, principalmente tu Reginaldo. Lembra-te que nos orientámos muitas vezes em negócios que o presidente nem sonhava que se faziam, e se me mandarem embora, chibo-me. Reginaldo ficou assustado e, sabendo que George Gomes era mesmo capaz de cumprir a sua promessa, resolveu dar a volta doutra forma à situação. -Eu vou falar com o presidente novamente, mas tu tens de me prometer que vais cumprir as ordens que te damos e não vais andar para aí a fazer mais merda. Virou-lhe as costas e entrou no seu carro a pensar como é que se poderia livrar daquela encrenca. Só havia realmente uma saída: obrigar o presidente a recuar na sua acção. Naquela mesma noite, encontrou-se com Galo da Costa e pediu-lhe para repensar a sua posição: -Ó presidente, o George está arrependido do que fez. Vamos dar-lhe outra oportunidade... -Nem penses nisso. Esse gajo já fez merda de mais para continuar ao nosso serviço. Ele pode comprometer toda a nossa acção. Rua com ele... Não há contemplações. Reginaldo ficou entalado e sem palavras. Olhou a alcatifa do gabinete de GC, sem saber muito bem o que havia de fazer. Com a biqueira do sapato começou a raspar o desenho que nela estava inserido e resolveu arriscar, quando disse: -Presidente! Se ele for embora, eu também vou. GC saltou da cadeira e não queria acreditar no que estava a ouvir. Sabia que, naquele momento, não podia prescindir dos serviços de Reginaldo e era demasiado perigoso deixá-lo fora da organização. Era a primeira traição do seu dilecto amigo. Do seu confidente. Do homem da sua confiança. Sem saber muito bem o que devia fazer, GC sentiu que estava a ser refém dos monstros que criara e resolveu actuar com mais precaução: -Ele é assim tão teu amigo? Não estás a confiar demasiado num gajo que não vale nada? Reginaldo não respondeu, e GC, passeando-se pelo gabinete, esperou alguns minutos até pronunciar a sua sentença. Sabia que não podia perder autoridade e tinha de arranjar uma solução. -Vou pensar no assunto e depois digo-te alguma coisa. Mas ficas a saber que te vou responsabilizar por toda a merda que esse gajo fizer. Reginaldo saiu do gabinete mais descansado, enquanto GC registava a primeira traição do seu maior amigo. George Gomes aguentou-se no seu primeiro round. Dias depois, a Polícia Judiciária entrava em acção. Os grandes problemas foram esquecidos, porque, tal como tudo tinha começado há vinte anos atrás, o slogan revolucionário continuava a ter a mesma força: «Só unidos venceremos...» (...)”.

Continua...

Nota: Qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência.

3 comentários:

Mário Silva disse...

Para o capitulo da taça da liga, ESCANDALO NA AMADORA ?

Anónimo disse...

FILHOS DA PUTA S.L.B,QUEREMOS GUERRA SEUS FILHOS DA PUTA,ANTI-FÓFÓ ATÉ MORRER.

MAD*MAX disse...

Estão a ser desmascarados...

Passa pelo forum, há novidades!

PS: este foi + um episodio "roubado"!!!

Saudações desportivas
SLB 4EVER