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terça-feira, 10 de julho de 2007

O POLVO (3ª Parte)



Continuação

”(...) Galo da Costa tinha conseguido realizar o seu sonho, levando como trunfo o seu grande amigo e companheiro de luta Pidroto, o técnico que tinha conseguido o título para o seu clube. Firmando Gomes, o ponta de lança mais cobiçado, tinha sido emprestado a um clube espanhol e serviu de bandeira para ajudar à vitória. Também ele regressou. Mas Antónimo Oliveira, o ex-capitão que nunca se deixou dominar pelos desígnios de Américas de Sá, recusando-se terminantemente a regressar ao clube, passou por momentos bem difíceis.
Não de ordem económica, mas psicológica. Tinham-lhe sido vedadas todas as entradas numa equipa que estivesse ao seu nível. Foi marginalizado e refugiou-se num grupo de amigos, não recebendo a ajuda de ninguém, mesmo de Galo da Costa, pelo qual deu a cara. Antónimo Oliveira era uma vedeta do nosso futebol, uma estrela, um génio, e não podia ser esquecido. Foram meses de desespero. Foi sair da ribalta para o anonimato, mas nada vergou a personalidade deste jogador. Ficou sozinho, mas manteve a classe que sempre foi a sua imagem de marca. Sem clube e sem a mínima vontade de treinar, refugiou-se no ambiente nocturno tão ao seu gosto. Copos e mulheres eram a alma que mantinha de pé a forte estrutura psíquica do «Caddilaque» - apelido que carinhosamente lhe fora colocado pelos amigos mais chegados. Eram bacanais atrás de bacanais devidamente organizados no seu apartamento. Por aquele espaço passaram os melhores ballets de inglesas que actuavam nos casinos nortenhos, as melhores «strip-teasers», as habituais frequentadoras das discotecas e também «travestis» que satisfaziam as delícias de algumas convidadas lésbicas e bissexuais. Sexo em grupo era o prato forte. Após alguns meses de paragem, Antónimo Oliveira resolveu voltar à actividade, mas antes, na companhia de alguns amigos foi passar uns dias a Bordéus, onde esteve a ajudar na vindima. E só no seu regresso, com um visual totalmente novo, de cabelo encaracolado e sem bigode, aceitou um convite do clube da sua terra natal (Penafiel). Tinha uma equipa modesta, mas como era treinador-jogador, abria uma actividade totalmente nova no nosso futebol, revolucionando o sistema e isso teria sempre um enorme impacto mediático. Era a demonstração cabal de que Antónimo era, de facto um homem inteligente, que sabia estar e conhecia o terreno que pisava. A sua estrela voltava a brilhar e de tal forma que logo foi cobiçado por um grande clube da capital. Antónimo não sabia viver sem a companhia do seu irmão, o Joaquinas Oliveira. Foram sempre muito chegados. O Joaquinas Oliveira tinha uma discoteca de alternos e rivalizava com Reginaldo Teles. O seu mundo eram as putas, tal como Reginaldo, de quem diferia muito em termos de personalidade e carácter. Reignaldo era um valentão. Joaquinas Oliveira era pacífico e não era chulo, muito pelo contrário: chamavam-lhe«andor» porque gostava de se rodear de putas e pagar tudo. Todas as noites promovia ceias com dançarinas e também com algumas miúdas ligadas aos alternos. Levava sempre consigo amigos para se querer impor e provar que também era alguém. O negócio não dava para tudo, e vieram as dificuldades. As dívidas aumentaram e, com a ida do seu irmão para um clube da capital (Sporting) tudo piorava. Vieram as penhoras. E logo que Antónimo Oliveira se impôs no seu novo clube, tratou de arranjarum negócio para o seu irmão, uma queijaria nas imediações do estádio, onde era normal alguns jornalistas abastecerem-se sem pagar ou apenas por um preço simbólico (mantinha-se assim a tradição de «pato»). O irmão, pelo seu lado tinha-se assumido novamente como jogador-treinador e, com a ajuda do seu novo presidente, resolveu abrir uma agência de contratações de jogadores. A sua missão era contratar jogadores não só para o clube do seu primo, mas também para os outros. Foi criada a Olivedesportivos. Mas Joaquinas Oliveira não estava talhado para esta missão cuja actividade em Portugal ainda era muito pouco reconhecida. A fuga acabou por surgir através de um sistema de publicidade montado nos estádios, explorando os painéis. Antónimo e o seu irmão Joaquinas continuavam de boas relações com Galo da Costa, mas este, quando foi eleito presidente, resolveu encetar uma pequena guerra com Jonas Rocha, ex-emigrante nos Estados Unidos e presidente do clube onde Antónimo estava a jogar e a treinar (Sporting). As relações entre ambos esfriaram até à altura em que Galo da Costa resolveu tentar trazer novamente o Antónimo para o seu clube, mas o jogador manteve sempre um comportamento de grande responsabilidade. Para além de alguns defeitos, tinha uma grande virtude: nunca esquecia os seus amigos. Jonas Rocha fora o homem que lhe dera uma nova oportunidade para voltar ao top do futebol português, que o ajudou a montar a agência de publicidade para o seu irmão num momento difícil para ambos, e Antónimo não podia de forma alguma esquecer tudo isso. Recusou o convite, mas Galo da Costa não perdoou.
A guerra estabeleceu-se entre ambos até ao ódio e continuou até muito depois de Antónimo ter abandonado o clube da capital e optado pela actividade de treinador. Antónimo e o seu irmão nem queriam ouvir falar em Galo da Costa. «Dá comichão só de pensar nele», dizia um deles, o mais novo, mas claramente o mais esperto. A guerra entre os dois clubes e os respectivos presidentes foi aumentando. Galo da Costa tinha feito com que o seu clube voltasse às vitórias e aos títulos e, como sempre foi amante de uma guerrinha, mantinha a sua bem acesa com Jonas Rocha. A estratégia era de Pidroto: -No Norte só há um clube com força e na capital há dois, por isso só há uma forma de os poder dividir e lutarmos contra eles. Temos de estar sempre bem com um e abrir guerra ao outro. Galo da Costa absorveu a filosofia do «mestre» e acrescentou: - Tens toda a razão e até podemos alternar essa guerra, abrindo fogo sempre sobre o clube que estiver em melhores condições para poder lutar pelo título. Frustrada a tentativa de levar para o seu clube o Antónimo e em resposta a Jonas Rocha por este ter ripostado com a contratação de dois jogadores da sua equipa, Galo da Costa numa acção relâmpago contratou um miúdo que na altura estava a dar nas vistas no clube do seu inimigo Jonas Rocha. Nessa altura, estava longe de imaginar que seria aquele jogador que iria dar início ao seu grande golpe de estádio. O miúdo morava no Montijo e era anunciado como um craque de eleição. Mas o clube de Jonas Rocha abriu a guarda e, numa noite de lua cheia, um funcionário do clube rival do Norte acelerou no seu Renault até ao Montijo, não se esqueceu de comprar no caminho um pão-de-ló em Rio Maior para oferecer à família do rapaz e trouxe-o para a «Invicta», onde o craque se manteve como que sequestrado durante alguns dias. «É o Eusébio branco», dizia-se, se calhar com alguma legitimidade. O craque era conhecido pelo nome de guerra de Frutras. Entretanto, Reginaldo Teles, depois de ter abandonado Américas de Sá, mesmo antes de este ter perdido as eleições, insinuou-se perante GC e, como este ainda não se tinha esquecido da dimensão das dificuldades que lhe foram criadas pelo rapazinho que era treinador de boxe do seu clube, achou por bem abrir-lhe a porta e oferecer-lhe o lugar de chefe da segurança. Reginaldo Teles, consta, mandou abrir duas garrafas de champanhe «Moelas & Cabron», marca que o Fucinha, um dos seus empregados, não conseguiu encontrar no mercado, mas no fim ninguém reparava que era apenas «Raposeira» o néctar que estrondeava. Pidroto nunca esteve muito de acordo com essa acção. Era um indivíduo seguro, competente e com grande personalidade e não gostava muito, nem sequer apoiava, acções de violência ou de alguma forma marginais. Lutava por aquilo em que acreditava e tecia estratégias para a sua luta, contestando, vociferando e acusando de uma forma directa. Tornou-se polémico, irreverente e estabeleceu uma acção de combate virada essencialmente para a arbitragem, cujo controlo partia da capital. Por isso, contratou para a sua equipa um ex-jornalista (Luís Cessar) com a mania das estatísticas, e a sua primeira missão foi a de elaborar um ficheiro de todos os árbitros da 1ª categoria, contendo o maior número de informações. Nome, morada, actividade extra, número de filhos e datas de nascimento de toda a gente do agregado familiar. Como era contra a violência, e Galo da Costa não se cansava de gabar os dotes de Reginaldo Teles, Pidroto pediu ao presidente para lhe entregar a missão de ir a casa dos árbitros no dia do aniversário destes ou de um dos seus familiares para entregar uma pequena lembrança, independentemente do facto de esse árbitro ter ou não ter apitado qualquer jogo do clube. Era o início de uma operação de charme que resultaria em pleno (...)”.
Continua...
No próximo capítulo é que isto vai começar a aquecer a sério!
Nota: Qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência.

8 comentários:

Anónimo disse...

estrebuchem !!!

Real Madrid CF sign Kléper Laveran Lima Ferreira, "Pepe", centre-back from Porto

Real Madrid C.F. and F.C. Porto reached an agreement yesterday for the transfer of centre-back Kléper Laveran Lima Ferreira "Pepe" to Real Madrid C. F. The player will sign a five-year contract and will join the Club immediately.

arrebumbas disse...

Oh cúnopão 0405: Tens é que perguntar ao teu presidente porco-flatulento onde é que ele vai meter o dinheiro dessa hipotética venda.
Mas continua a visitar o blog, pode ser que aprendas como é que começou a palhaçada na Associção de Malfeitores e se arrastou para esta bela merda que é o futebol português.

Benfica Sempre, mesmo depois da morte!

el niño rosso disse...

A escrita lúdica do futebol português. Qual Carol Salt qual que. E informo o 0405 que quem estão satisfeitas são as cabeças dos avançados que moram em Portugal. Elas agradecem por Pepas ir embora partir queixos para outro lado.

MAD*MAX disse...

*****
O nº 3 tambem já foi surropiado à má fila!
www.benfica-forum ,junta a tua à nossa luta...
Este convite é oficial,aparece estamos todos à tua espera!
O convite estende-se a todos os visitantes e colaboradores d'Amo-te Benfica.

Saudações desportivas
SLB 4EVER

Anónimo disse...

benfica é merda

Anónimo disse...

senhor carlos ines é merda mas tem mais títulos do q qualquer clube português e antes de falares do glorioso lava a boca com lixívia. Ja agora se a unica coisa q tens para dizer é isso e ainda por cima merda n existe no dicionario portugues. CALATE

arrebumbas disse...

Oh Carlota Inês, tens um nome muito giro, por acaso. lololol palhaço!

Benfica Sempre, mesmo depois da morte!

arrebumbas disse...

Bem escrito el niño, cabeças, queixos e afins!

Benfica Sempre, mesmo dpois da morte!