origem

domingo, 8 de julho de 2007

O POLVO (1ª Parte)



O Amo-te Benfica vai revelar a partir de hoje e durante os próximos dias, os episódios que marcaram a ascensão da Máfia sobre futebol português e todos os seus meandros.


“ (...) Galo da Costa assumiu a derrota, mas não a digeriu. Parecia perdido para o futebol. A sua atitude revolucionária tinha deixado marcas bastante profundas. O seu futuro como dirigente estava severamente comprometido, mas Galo da Costa sempre acreditou que no futebol é o golo que comanda as atitudes e as situações e que provoca a queda dos dirigentes e treinadores. Por isso, GC não se deixava abater com tanta facilidade. A sua resistência não tinha limites e afinal só tinha perdido uma batalha. O importante, agora, era fazer com que o seu clube tivesse alguns desaires. Tinha, por isso, de montar a sua estratégia, mesmo sem os seus anteriores aliados. Os seus companheiros, os da tentativa de revolução, colocaram-se à margem para se aliarem a quem ficou com o poder, e os profissionais seguiriam o seu rumo, a sua vida era aquela; e, mais tarde ou mais cedo, acabariam por surgir novos empregos. Eram artistas do futebol, tinham mérito e qualidade. O seu caso era mais difícil. Era um dirigente com algum carisma ganho à custa do prestígio de Pidroto. A sua personalidade e capacidade ainda não tinham sido verdadeiramente testadas. Faltava-lhe prestígio para fazer frente a Américas de Sá. E não podia continuar a vender fogões toda a vida... Sem abandonar os bastidores do futebol, foi minando a gerência de Américas de Sá. Não era homem para ser derrotado com tanta facilidade, mas em alguns momentos chegou mesmo a sentir o desespero de uma causa que parecia perdida. Mestre a colocar o boato a circular, fez constar que um clube da capital lhe tinha dirigido o convite para assumir o comando do departamento de futebol. O objectivo era deixar passar a mensagem de que o inimigo tinha visto nele superiores qualidades e, perante tal facto, esperar que algumas vozes se levantassem, reconhecendo o erro que tinham cometido. Mas acabou por acontecer o contrário. A credibilidade de Galo da Costa em relação às posições que tomou em defesa do Norte foi afectada. Apercebendo-se de que a sua estratégia não resultara, logo se apressou a desmentir o boato posto por ele a circular. As eleições estavam próximas e era necessário estabelecer um plano mais sólido para derrotar Américas de Sá. Não era homem para viver sob o domínio da derrota ou mudar de atitude procurando novamente as boas graças do presidente. Na sua personalidade e forma de estar não encaixava a imagem de um falhado. Galo da Costa passou a sua idade escolar num colégio onde imperava uma grande influência da religião católica e quando atingiu o liceu foi internado num colégio de padres. Dos mais prestigiados do Norte do País. Ali fabricavam-se verdadeiros homens. Eram testados como cobaias para poderem enfrentar no futuro as mais adversas contrariedades da vida. Uma das disciplinas era constituída pela defesa individual de cada aluno perante toda a turma e, já nessa altura Galo da Costa era tido como o mais desenvolto no uso do discurso, na sua capacidade de raciocínio rápido e retenção na memória de dados essenciais. Inteligente e astuto como um verdadeiro jesuíta, bem cedo começou a demonstrar um grande sentido de chefia. Sabia como dividir para reinar, utilizando um ar cândido e descomprometido quando algumas atitudes de má-fé lhe eram dirigidas. Atirava a pedra e sabia como esconder a mão. Mas a sua verdadeira arma era a grande capacidade de trabalho e a completa dedicação a tudo o que fazia. Chegou a pensar ordenar-se padre, e o director do colégio apostava que, se ele seguisse essa carreira, iríamos ter o segundo papa português. A sua postura, a sua forma de falar e de estar deram-lhe sempre um toque clerical. A mesma mão que abençoava os amigos, empunhava a cruz onde ele havia de crucificá-los. Cativava, fazia amizades com facilidade e sabia como as utilizar e destruir como se nunca tivesse culpa de nada. Nunca foi grande atleta, mas a sua paixão pelo desporto atirou-o para o dirigismo. Começou por baixo, mas não foi necessário muito tempo para chegar ao topo da pirâmide. Destronar Américas de Sá era agora o seu maior desafio. Começou então a rodear-se de amigos com algum prestígio no clube, procurando apoios para se candidatar. Tarefa que não era fácil. Na altura, para se ser presidente de um clube de futebol era necessário ser-se um empresário de sucesso e ter dinheiro disponível para enfrentar algumas situações, e esse não era o caso de Galo da Costa. Ele sabia-o como ninguém e procurou então apoiar-se em pessoas abastadas economicamente, não dispensando o seu grande amigo, Ilídio Pintas. Havia, no entanto, uma situação que era necessário ultrapassar. O Ilídio tinha-se encostado ao Américas de Sá, mas GC sabia que ele estaria sempre do lado de quem tivesse o poder e, com alguma facilidade, jogava sempre com um pau de dois bicos. O certo é que Ilídio tinha o dinheiro, e GC iria necessitar desse apoio. Tinha também na mão outra gente que vivia desafogadamente em termos financeiros e que por terem sido preteridos por Américas de Sá se colocaram do seu lado, mas esses eram mais inteligentes e não seria fácil arrancar-lhes o dinheiro sem lhes dar nada em troca. Não podia também colocar em risco uma nova derrota. Tinha de ir à luta pela certa, e o momento era propício porque se começava a notar um certa instabilidade no seio do clube. Tudo servia para se atacar a gerência de Américas de Sá. Faziam-se assembleias gerais agitadíssimas, com Galo da Costa a colocar algumas pessoas estrategicamente no meio dos sócios a criar a confusão. Américas de Sá passou momentos de grande desespero, porque lhe era impossível controlar a situação. Foi então que tomou consciência da existência de um jovem com alguma história no clube. Reginaldo Teles, campeão nacional de boxe e na altura treinador, foi a solução encontrada para controlar as agitadas assembleias gerais. Ex-pugilista, brigão, chulo e nutrindo uma certa paixão por negócios ilícitos, ofereceu-se para arrumar a casa e impor a ordem nas confusões programadas por Galo da Costa. Era treinador de boxe do clube e reuniu os seus rapazes para patrulharem a sala, e o certo é que com alguns murros e cabeçadas acabou por conquistar o lugar de chefe da segurança de Américas de Sá. Galo da Costa temia-o, porque não era um brigão vulgar e muito menos um marginal estúpido e incompetente. Reginaldo Teles tinha um espírito e uma personalidade muito idênticos aos de GC. Dava as ordens para descascar à fartazana e depois surgia como o apaziguador, o bom rapaz que nada tinha a ver com aquela violência. GC detestava-o, mas viu nele a solução para o futuro (...)”.
Continua...

Nota: Qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência.

1 comentário:

MAD*MAX disse...

Parabens
O post esta suberbo,mt embora eu já conhece-se a historia pelo "Marinho"!
No entanto esta iniciativa vem mostrar ke ninguem se eskeceu como os curruptos d'norte ganham titulos,vem tambem contar a história aos jovens e a todos akeles ke nunca tiveram oportunidade d'ler o livro!
Aproveito a oportunidade para te diser ke foste roubado...o teu poste esta a ser copiliado para o www.benfica-forum.com
Aparece por lá e junta a tua à nossa força!

Há já me eskecia tas linkado

Saudações desportivas
SLB 4EVER